terça-feira, 2 de abril de 2013

Jesus morreu em seu lugar

TEXTO: João 18.39-40 39. Falando isto, saiu de novo, foi ter com os judeus, e disse-lhes: “Não acho nele crime algum. Mas é costume entre vós que pela Páscoa vos solte um preso. Quereis, pois, que vos solte o rei dos judeus?” 40. Então todos gritaram novamente e disseram: “Não” A este não! Mas a Barrabás!” (Barrabás era um salteador). 1) INTRODUÇÃO Esta mensagem mudará seu conceito de convertido e de um cristão, para um amigo do Senhor Jesus. Quando pedi ao Senhor uma palavra para ministrar aos seus filhos, então Deus me trouxe ao coração esta palavra e enquanto eu a preparava meu coração estremecia dentro do peito e meus olhos se enchiam de lágrimas pelo tamanho do poder nela contido. Por isso quero lhes dizer que algo muito forte vai acontecer em seu coração após se alimentar dessa mensagem e que verdadeiramente Deus é contigo. Esta mensagem fala-nos de um personagem muito pouco pregado nos púlpitos e que teve um papel fundamental no contexto histórico da humanidade. Alguém que mesmo com uma pequena participação literária, fez com que a história inteira tivesse um evento extraordinário. Abra seu coração e deixe a luz da palavra de Deus penetrar dentro de você e com toda certeza sua vida nunca mais será a mesmo. 2) A HISTÓRIA DO JULGAMENTO Durante o martírio de Jesus, Ele tem que enfrentar seis julgamentos dos quais três já estavam previsto por Deus, para que ninguém duvidasse de sua soberania e realeza, e em um desses julgamentos Jesus é trazido para diante da multidão numa tentativa covarde de Pilatos de se livrar de um inocente o qual o povo queria morto. Estavam as vésperas da páscoa e neste tempo ninguém era julgado ou crucificado não se executava ninguém embora a crucificação de três marginais já estava prevista. Eles precisavam se apressar se quisessem ver Jesus crucificado. Como eram vésperas da Páscoa, era de costume que soltasse um preso e lhe perdoasse seus crimes, e mais uma vez o covarde Pilatos usa dessa condição para tentar se livrar do inocente Jesus, mas seu tiro sai pela culatra. Pilatos manda dar uma surra em Jesus para que o povo ficasse satisfeito e com pena de Jesus e assim decidissem que já era o bastante e o soltassem, pois não havia nele crime algum. Pilatos sabia quem era o criminoso chamado Barrabás, o qual ele mesmo mandou prender por crimes hediondos e agora o coloca em escolha; Jesus ou Barrabás? Quem devo soltar? Escolham e decidam entre os dois, disse Pilatos. Mas para a surpresa de Pilatos o povo escolhe a Barrabás. Todos gritam em uma só voz: Solte Barrabás, crucifica Jesus! Na verdade o previsto era que Jesus, Barrabás, os dois ladrões, Dimas, o da direita e Jestas, o da esquerda fossem todos julgados e executados no mesmo dia. Mas deixe eu lhe falar algo. Quando prenderam Barrabás, Dimas e Jestas, os romanos ao saberem que a centença seria a morte de cruz, eles logo trataram de tirar as medidas corpórea dos condenados e assim foram feitas três cruzes, no tamanho certo de cada criminoso e no lugar certo foi iniciado um pequeno buraco para que o prego entrasse com mais facilidade. Como Jesus foi preso, julgado e decidido que fosse crucificado, não ouve tempo para que fosse confeccionada uma cruz na sua medida. Então ao ser decidido que um deveria ser solto, e este seria Barrabás, logo a sua cruz, que era segundo a história um homenzarrão, passou para Jesus. É por isso que lhe rasgaram as carnes da juntura do ombro. Ele levou sobre os ombros uma cruz que não era dele. Ele foi pregado em uma cruz que não foi feita para Ele. 3) A HISTÓRIA DE BARRABÁS O nome verdadeiro desse marginal era Bar Aba, que significa “filho de pai nobre”, um patriota desordeiro, violento, revoltado. Um homem natural da cidade de Jope. Tinha como profissão ser remador de botes, porém devido a falta do pagamento dos impostos, que eram muito altos, as autoridades romanas lhe tomavam o seus pertences para pagar impostos atrasados, lhe tirando a ferramenta de sustento, e com isso ele se tornou um revoltado com o confisco de seus bens, e entre eles o bote. Era dotado de muita coragem, força e espírito de iniciativa, mas era muito ignorante e falador. Com os prejuízos que sofrera, acabou se tornando um salteador das estradas e seu ofício ganhou fama e alguns seguidores, formando um pelotão de marginais do qual se tornou o chefe. Gerava muito medo por onde andava, pois roubava todos os pertences de quem quer que seja. Chegou a vir as escondidas para a cidade de Jerusalém onde trabalhou escondidamente na parte de baixo de Jerusalém no vale do Kidron. Bandido ferrenho, atormentava a vida dos romanos. Cetra vez atacou com seu bando uma guarnição de soldados romanos na cidade de Cafarnaum, roubando todo o soldo da tropa. Chegou a roubar também os bens dos sacerdotes do templo judaico. Caifás ficou muito irado e desesperado, então queixou-se a Pilatos dizendo que se não houvesse providência, iria se informar ao imperador Tibério, o que não seria nada bom para Pilatos. Por atacar o pelotão de soldados romanos e os sacerdotes do templo, Barrabás foi procurado e caçado por todos os lugares e acabou sendo preso pelo Centurião Varro, juntamente com seus comparsas, Dimas e Jestas. Assim a pena de Barrabás seria nada mais nada menos que a crucificação. Barrabás estava preso e já tinha sido condenado à crucificação e para ele foi uma grande surpresa ser escolhido pelo povo para ser solto. Não sabia o que estava acontecendo e só foi saber disto bem mais tarde. 4) A MÃE DE BAR ABA Conta-nos alguns historiadores que certa ocasião em que Jesus estava reunido com os apóstolos na casa de Pedro ocasião que curou sua sogra, e Jesus estando sob o crepúsculo, muitas pessoas vinham a Ele para serem curados. Entre estas pessoas veio uma mulher que entrou chorando copiosamente e muito aflita, ela caiu de joelhos aos pés de Jesus e suplicava algo a Ele. Os discípulos assustados, não esperavam que alguém chegasse ali e agisse daquela maneira. Então um deles a interrogou, perguntado quem era ela. E assim Barbolomeu então respondeu: - Conheço esta mulher. É a mãe de Bar Aba. Aquele mesmo que assaltava à mão armada nas estradas de Jericó e agora está preso sendo condenado à morte, e morte de cruz no monte Calvário. A mulher então disse a Jesus: - Senhor, tem piedade de meu filho Bar Aba, que foi condenado a morte. Ele foi arrastado ao crime por injustiças e desesperos. Sempre foi um rapaz obediente, dedicado ao trabalho. Entretanto, atraído por estes males se involveu com quadrilhas que assaltavam os viajantes que assustam Samaria e Damasco. Tem pena de mim, que sou mãe desventurada, pois sei que tudo podes. Curaste o filho da viúva de Naim, o cego de Jericó, o servo do Centurião romano e ressuscitaste Lázaro, o irmão de Marta. Jesus olhou amorosamente a mãe aflita de Barrabás e perguntou-lhe: - Que queres de mim, mulher? Disse Jesus. - Peço-te que o salves meu filho da morte, pois dentro de alguns dias será crucificado. Sei que és bom e podes impedir que ele morra. Faze um milagre. E assim concluiu, chorando e beijando os pés do mestre. Então Jesus completa dizendo: - Vai, mulher, porque Deus tem ouvido as tuas orações e por isso mandou seu filho ao mundo, para que se cumpram as escrituras. A mulher beijou as sandálias do divino mestre e saiu a correr dentro da noite alta e tranqüila, gritando como quem fala para o mundo: - Jesus salvou meu filho! Ben Bar Aba não morrerá”. 3) BAR ABA É SOLTO Mateus chama Barrabás de um "preso muito conhecido". Marcos diz que ele foi "preso com amotinadores, os quais em um tumulto haviam cometido homicídio". Lucas afirma que ele foi lançado na prisão "por causa de uma sedição na cidade e também por homicídio". João o chama "salteador". Sim! ele era tudo isso, mas aprove a Deus colocá-lo em seus planos. Chegou o dia da crucificação de Barrabás, Dimas e Jestas, porém algo estava para acontecer. Algo que mudaria a história de um condenado chamado Bar Aba. Penso que no corredor da morte Barrabás faz uma reflexão de vida, e talvez desejasse ver sua mãe. Então um barulho se faz ser ouvido na prisão. É o som de alguém abrindo a porta da cela. E ele logo pensa: “Chegou a minha hora de morrer” Então o soldado romano vai em direção a Barrabás e diz a ele: - Pode ir Barrabás! Você está livre! Talvez meio assustado e sem muito acreditar, ele pergunta: - Mas eu não vou morrer? E o soldado romano que a tudo assistiu lá fora, e também sem muito acreditar, reponde: - Outra pessoa vai morrer em seu lugar! Assim Barrabás sai e é levado até a presença de Pilatos para ser posto em liberdade. Ao chegar no que mais parecia um tribunal público ele se encontra com aquele que morreria em seu lugar e por um instante Barrabás olha nos olhos de Jesus e pensa em seu intimo: “O que será que ele fez para morrer em meu lugar?” Mesmo sem mover os lábios ele ouve uma voz que lhe fala no coração: - Vai em paz! Você está livre! Eu morrerei em seu lugar. O restante creio que você já sabe. Jesus foi crucificado e como foi com o primeiro Adão, agora com o segundo Adão dá vida a sua noiva, mas esta é uma outra mensagem. Não se sabe se Barrabás mudou de vida, nem o que aconteceu com ele depois da morte de Jesus. Mas eu creio que vou encontrá-lo no céu, e então vou lhe perguntar: - Amigo irmão Barrabás. Você soube mais que ninguém o sentido da frase: “Jesus morreu em meu lugar”. Então me diga como foi aquele dia na sua vida? 4) CONCLUSÃO Hoje eu não quero dizer ou pregar para um povo que ficou como acusadores e assim ainda escolhem crucificar a Jesus, pois ainda continuam a se contamirarem com os mesmos pensamentos de maldade. Mas quero dizer para os muitos Barrabás que estão no corredor da morte, pois algumas injustiças humanas, ou algumas tempestades da vida o fizeram revoltar contra tudo e contra todos. Pessoas que sofreram grandes perdas irreparáveis e dolorosas, e assim se tornaram amargas, não que sejam amargas, mas se tornaram amargas e tristes. A estes quero me dirigir agora e dizer lhes que Jesus morreu em seu lugar e você está livre para adorá-lo e ser feliz. Verdadeiramente Barrabás sentiu na pele o que é ouvir e viver. E assim ele poderia dizer o que eu peço humildemente a você que diga agora aí onde está agora: JESUS MORREU EM MEU LUGAR!! JESUS MORREU EM MEU LUGAR!! Eu estou livre!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! | Autor: Pr. Alexandre Augusto | Divulgação: EstudosGospel.Com.BR |

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Entendendo Missões.

Bíblia: sujeito ou objeto de missões? Como podemos melhor correlacionar “missões” ou “missão” com a Bíblia? Podemos pensar neste assunto como resposta à seguinte pergunta: de que maneira a Bíblia é “missionária”? Coloco a palavra “missionária” entre aspas, porque a resposta depende em parte de como ela é entendida. Compreendemos “missionária” mais em termos do empreendimento institucional da igreja (“missões”, ou “missiones ecclesiae”)? Ou entendemos “missionária” em termos do plano de Deus (“missão” ou “Missio Dei”) para o mundo? Ou entendemos como uma correlação entre os dois? Não coloquei a palavra “Bíblia” entre aspas porque já pressuponho a delimitação protestante dos livros da Bíblia. Mesmo assim, a resposta para a nossa pergunta (de que maneira a Bíblia é missionária?) depende de como se entende a Bíblia nesta relação: como o sujeito da conversa com “missões” ou como o objeto da conversa? Para ajudar, estou propondo quatro maneiras de relacionar “missões” ou “missão” com a Bíblia: A relação entre o conceito de “missão” e a Bíblia é semelhante à relação entre o conceito de “cultura” e a antropologia. A antropologia, por exemplo, usou a palavra “cultura” para descrever todos os costumes e perspectiva de vida de um povo. Antes, a palavra percorria os campos da agronomia para se referir aos plantios, e da educação para se referir ou à etiqueta ou comportamento pessoal ou à formação acadêmica de um indivíduo. A antropologia, portanto, usurpou a palavra “cultura” de um modo mais abrangente e assim acabou transformando o conceito. Semelhantemente, a palavra “missão” deriva da palavra latina “missionem” (nom. “missio”) e do verbo “mittere” (enviar) e surgiu somente em 1598 pelos jesuítas para descrever o envio dos seus membros para outros países. Hoje, ela é usada para descrever a evangelização e o desenvolvimento da igreja em lugares novos. Mas como a palavra “cultura” no âmbito da antropologia, a palavra “missão” é definida em termos circulares. É sempre necessário explicar ao “que” que se refere.1 Quando falamos de “missão” já partimos de uma ideia mais abrangente, porém inclusiva, da ideia de missões. Por “missão”, hoje em dia, entende-se costumeiramente da “missão de Deus” (“missio Dei”), ou mais simples ainda, “o plano de Deus para o mundo que ele criou”, o que, por sua vez, inclui uma incumbência, logo “missões”, para um povo que ele chama para participar e contribuir para este plano. Ao falar da missão de Deus não estamos mais limitados às atividades de expansão das diversas instituições denominacionais e missionárias. Quando pensamos na Bíblia como a “história” da missão de Deus, e por consequência, o início da história da vocação missionária do povo de Deus, estamos logo no campo complicado da hermenêutica. Estamos propondo a “missão de Deus” como uma chave para a interpretação das Escrituras. Para entender melhor a missão de Deus como a chave hermenêutica da Bíblia recorremos ao modelo hermenêutico relativamente simples, mas esclarecedor de Paul Ricoeur. Ele fala de três “locais” de interpretação: o significado do texto em si, o significado “atrás” do texto e o significado “na frente” do texto: Atrás do texto: missão dos autores/editores e das comunidades Dentro do texto: missão como enredo bíblico Na frente do texto: missão na percepção dos leitores (cânon, credos, no uso ou não) Estes três planos hermenêuticos correspondem às quatro relações mencionadas acima entre “missão” e a Bíblia da seguinte maneira: Estudiosos estão expondo a temática de missão na Bíblia já há alguns anos.2 As suas contribuições são muitas, variadas e importantes. Há certo consenso que “missão” é um tema abrangente da Bíblia. Mas não há um consenso de como desenvolver uma hermenêutica missional da Bíblia, embora George Hunsberger proponha um mapeamento da conversa e o relativo consenso que a conversa já provocou.3 Sugiro que a falta de consenso se deve aos diferentes planos hermenêuticos que interessam para cada autor. Missão atrás do texto Um exemplo. Darrell Guder pressupõe o nível hermenêutico que se localiza “atrás do texto”. Isto é, ele ressalta o propósito missionário dos autores e editores que produziram o texto bíblico e as preocupações missionárias das comunidades que eles representam. Para ilustrar, as cartas de Paulo refletem as suas próprias preocupações missionárias e as das comunidades para quem ele escreve. Quando ele incentiva a união entre judeus cristãos e gentios cristãos da igreja em Romanos 12-14 ele apela, entre outras coisas, às passagens messiânicas do Antigo Testamento que antecipam o louvor a Deus tanto de judeus quanto de gentios pelas misericórdias de Deus já experimentadas (Rm 15.1-13).4 O texto da Carta aos Romanos, então, reflete os desafios missionários tanto de Paulo quanto dos cristãos em Roma. Semelhantemente, as diferenças entre os quatro Evangelhos se devem, em parte, às diferentes perspectivas e agendas dos seus autores e das comunidades “por trás” destes Evangelhos e assim fornecem um estudo de caso interessante de desafio e engajamento missionário da igreja primitiva. O mesmo pode ser dito sobre os diversos documentos do Antigo Testamento. O importante em tudo isso é reparar que a temática missionária como chave de interpretação bíblica opera “atrás do texto”. Pergunta sobre a origem histórica dos textos bíblicos e o propósito original e missionário que eles serviram na comunidade dos seus primeiros leitores. Assim, Guder traz uma contribuição importante ao diálogo sobre a relevância de missão para a Bíblia. Ele conclui: “o propósito desta ‘Palavra de Deus escrita’ era e é a formação contínua da igreja missional. (...) Esta formação ocorre quando a palavra bíblica opera poderosamente dentro da comunidade.”5 Missão dentro do texto A grande maioria de missiólogos que defendem missão como a temática da Bíblia trabalha no plano hermenêutico que Ricoeur denomina “dentro do texto”. “Na sua leitura bíblica estes fazem mais perguntas teológicas que históricas. O seu enfoque está especificamente no desenvolvimento dos diversos enredos literários dos autores e no desdobramento canônico da narração. Johannes Blauw foi um dos primeiros a propor esta temática em 1964.6 No Brasil eu também tenho escrito dentro desta perspectiva hermenêutica.7 Atualmente Chris Wright se destaca como o missiólogo mais proeminente que propõe a narração da missão de Deus como a chave para a interpretação bíblica.8Para esclarecer a sua perspectiva ele fala sobre a base missional da Bíblia ao invés da base bíblica de missão. Assim, ele ressalta a missão de Deus como o enredo da narração bíblica, o “propósito para o qual a Bíblia existe” que nos apresenta o Deus (missionário) da Bíblia e um povo missionário com quem somos convidados a participar. A missão de Deus, para Wright, é “a narração que a Bíblia nos conta sobre este Deus e este povo e, de fato, sobre este mundo e o seu futuro”.9 “Por esta razão, a missão pode fornecer a estrutura tanto para a nossa aproximação hermenêutica para a leitura da Bíblia quanto para a organização do nosso relato da teologia bíblica.”10 Em resumo, ao enfatizar a sequência e os enredos literários da Bíblia, Wright e outros autores operam a partir de uma perspectiva que destaca os significados hermenêuticos “dentro” do texto. Missão na frente do texto Finalmente alguns autores se interessam mais na interpretação missiológica que a Bíblia provoca na leitura das diversas comunidades contemporâneas geradas por ela. Por exemplo, para Michael Barram, uma interpretação missionária é uma “leitura do texto bíblico enraizada na convicção básica de que Deus tem uma missão no mundo e que nós lemos as Escrituras como uma comunidade chamada para, e cativada por aqueles propósitos divinos.”11 Esta perspectiva peculiar se caracteriza por um compromisso de articular fielmente a missão de Deus e o papel que a comunidade tem na realização desta missão. Em termos mais formais e teóricos isto leva para a elaboração de teologias locais ou “contextuais”. Em termos mais pragmáticos, esta perspectiva leva ao engajamento missionário das comunidades de fé. A igreja compreende a sua tarefa neste mundo – a motivação, o meio, a prioridade, o alvo, a abrangência e o significado desta missão – derivada da própria “missão” de Deus para e a favor do mundo. Esta compreensão se informa por meio de reflexão atenciosa à revelação de Deus nas Escrituras e atenção criteriosa aos diversos contextos particulares. A reflexão pela igreja da sua tarefa no mundo – a missiologia – nunca termina, da mesma forma que a sua missão no mundo se cumpre somente no retorno de Cristo. A reflexão teológica contextual permanecerá sempre essencial para o engajamento efetivo da igreja na sua missão. A igreja hoje continua a tarefa do povo de Deus através dos séculos desde o chamado inicial de Abraão, que deriva da própria missão de Deus e ultimamente da natureza de Deus. A natureza atual desta tarefa se esclarece por meio de reflexão cuidadosa nas manifestações anteriores da missão de Deus através dos séculos, com atenção proeminente dada às Escrituras e reconhecendo a prioridade hermenêutica do Novo Testamento como sua expressão mais plena. Não é apenas a continuidade bíblica e histórica da igreja com as gerações anteriores que é essencial para a sua reflexão sobre e engajamento com a sua missão. Também é essencial a sua continuidade espacial, isto é, a sua unidade com a igreja universal. Pelo menos este foi o desejo de Jesus expresso na sua oração sacerdotal pela unidade dos seus discípulos (Jo 17.21). Implicações dos três planos de interpretação A vantagem deste mapeamento das diversas maneiras de tratar a Bíblia a partir da missão de Deus, usando a analogia dos três planos hermenêuticos de Paul Ricoeur, é que tanto legitima estas três perspectivas por adotarem pontos de partida hermenêuticos diferentes, quanto ajuda a correlacioná-las. Diante dos três planos de interpretação não se faz necessário harmonizar as diversas contribuições em uma só hermenêutica missional da Bíblia. É perfeitamente possível entender a contribuição legítima de cada uma. Mas talvez seja possível correlacionar melhor as três perspectivas. Por exemplo, a tentativa de explicitar os motivos e intenções missionárias dos autores e das comunidades que contribuíram para a produção dos diversos documentos da Bíblia - o significado missional “atrás” do texto - ilumina o enredo missional “dentro” do texto ao longo das Escrituras. E isto, por sua vez, é a base essencial para refletir mais responsavelmente a respeito do local missional dos leitores destes textos até os dias de hoje e em cada contexto social e étnico. Missionário Timóteo Carriker.

terça-feira, 19 de junho de 2012

quinta-feira, 7 de junho de 2012

justificar a festa de Corpus Christi com a Bíblia citando partes dela que supostamente dão base para o dogma da Eucaristia. Os textos mais freqüentemente usados são os de Mateus 26.26-29; Lucas 22.14-20 e João 6.53-56. Essa doutrina é contrária ao bom senso e ao testemunho dos sentidos: o bom senso não pode admitir que o pão e o vinho oferecidos pelo Senhor aos seus discípulos na Ceia fossem a sua própria carne e o seu próprio sangue, ao mesmo tempo em que permanecia em pé diante deles vivo, em carne e osso. É manifesto que Jesus, segundo seu costume, empregou uma linguagem simbólica, que queria dizer: "Este pão que parto representa o meu corpo que vai ser partido por vossos pecados; o vinho neste cálice representa o meu sangue, que vai ser derramado para apagar os vossos pecados". Não há ninguém, de mediano bom senso, que compreenda no sentido literal estas expressões simbólicas do Salvador. A razão humana não pode admitir tampouco o pensamento de que o corpo de Jesus, tal qual se encontra no céu (Lc 24.39-43; Fp 3.20-21), esteja nos elementos da Ceia. Biblicamente, a Ceia é uma ordenança e não uma Eucaristia; era empregado o pão e não a hóstia; é um memorial, como se lê em 1 Coríntios 11.25,26, e sua simbologia está em conformidade com o método de ensinamento do Senhor Jesus, que usou muitas palavras de forma figurada: "Eu sou a luz do mundo" (Jo 8.12); "Eu sou a porta" (Jo 10.9); "Eu sou a videira verdadeira" (Jo 15.1). Quando Jesus mencionou na última Ceia os elementos "pão" e "vinho", não deu qualquer motivo para se crer na transubstanciação. Não se engane, adorar a Eucaristia também é um ato de idolatria! Autor: Natanael Rinaldi Texto retirado do site: http://www.estudogospel.com.br/datas-comemorativas/corpus-christi/como-surgiu-a-festa-de-corpus-christi.html

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Vida de quem ensina no Brasil!

Porto Alegre (RS), 16 de julho de 2011 Caro Juremir (CORREIO DO POVO/POA/RS) Meu nome é Maurício Girardi. Sou Físico. Pela manhã sou vice-diretor no Colégio Estadual Piratini, em Porto Alegre , onde à noite leciono a disciplina de Física para os três anos do Ensino Médio. Pois bem, olha só o que me aconteceu: estou eu dando aula para uma turma de segundo ano. Era 21/06/11 e, talvez, “pela entrada do inverno”, resolveu também ir á aula uma daquelas “alunas-turista” que aparecem vez por outra para “fazer uma social”. Para rever os conhecidos. Por três vezes tive que pedir licença para a mocinha para poder explicar o conteúdo que abordávamos. Parece que estão fazendo um favor em nos permitir um espaço de fala. Eis que após insistentes pedidos, estando eu no meio de uma explicação que necessitava de bastante atenção de todos, toca o celular da aluna, interrompendo todo um processo de desenvolvimento de uma idéia e prejudicando o andamento da aula. Mudei o tom do pedido e aconselhei aquela menina que, se objetivo dela não era o de estudar, então que procurasse outro local, que fizesse um curso à distância ou coisa do gênero, pois ali naquela sala estavam pessoas que queriam aprender' e que o Colégio é um local aonde se vai para estudar. Então, a “estudante” quis argumentar, quando falei que não discutiria mais com ela. Neste momento tocou o sinal e fui para a troca de turma. A menina resolveu ir embora e desceu as escadas chorando por ter sido repreendida na frente de colegas. De casa, sua mãe ligou para a Escola e falou com o vice-diretor da noite, relatando que tinha conhecidos influentes em Porto Alegre e que aquilo não iria ficar assim. Em nenhum momento procurou escutar a minha versão nem mesmo para dizer, se fosse o caso, que minha postura teria sido errada. Tampouco procurou a diretoria da Escola. Qual passo dado pela mãe? Polícia Civil!... Isso mesmo!... tive que comparecer no dia 13/07/11, na 8.ª (oitava Delegacia de Polícia de Porto Alegre) para prestar esclarecimentos por ter constrangido (“?”) uma adolescente (17 anos), que muito pouco frequenta as aulas e quando o faz é para importunar, atrapalhar seus colegas e professores'. A que ponto que chegamos? Isso é um desabafo!... Tenho 39 anos e resolvi ser professor porque sempre gostei de ensinar, de ver alguém se apropriar do conhecimento e crescer. Mas te confesso, está cada vez mais difícil. Sinceramente, acho que é mais um professor que o Estado perde. Tenho outras opções no mercado. Em situações como essa, enxergamos a nossa fragilidade frente ao sistema. Como leitor da tua coluna, e sabendo que abordas com frequência temas relacionados à educação, ''te peço, encarecidamente, que dediques umas linhas a respeito da violência que é perpetrada contra os professores neste país''. Fica cristalina a visão de que, neste país: Ø NÃO PRECISAMOS DE PROFESSORES Ø NÃO PRECISAMOS DE EDUCAÇÃO Ø AFINAL, PARA QUE SER UM PAÍS DE 1° MUNDO SE ESTÁ BOM ASSIM