sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Rian: uma história de lutas e de vitórias – Testemunho de um milagre

“Essa doença não acabará em morte; é para a glória de Deus, para que o filho de Deus seja glorificado por meio dela” (João 11.4)
Você vai ler uma história comovente de luta pela vida. O heroi dessa história é uma criança de 5 anos, que já enfrentou e venceu batalhas que poucos adultos enfrentaram.
Rian é um menino de cinco anos, que mora em Riacho dos cavalos, alto sertão da Paraíba. Filho de pais muito simples. Sua mãe é uma humilde mulher, que vive para cuidar da casa e da educação dos dois filhos, uma serva de Deus fiel, uma mulher de muita fé. Mesmo com pouco grau de instrução, levava a palavra de Deus àquela comunidade através de um programa de rádio. Acredito que o inimigo deve ter pedido permissão a Deus para provar a fé daquela mulher, como o fez com Jó.
Rian era um menino muito saudável e bem desenvolvido, com uma inteligência surpreendente. Mas começou a apresentar inflamação na garganta algumas sucessivas vezes. Sua mãe decidiu contratar um plano de saúde, pensando que seria necessária uma cirurgia de garganta. Isso já era o trabalhar de Deus, pois nada acontece por acaso (ressalte-se que naquela região não há médicos conveniados a planos de saúde). Quando já havia seis meses do plano, ela decidiu cancelar, pois Rian não mais apresentava crises de garganta. Antes que o fizesse, Rian se machucou, brincando com os amiguinhos na escola, e começou a andar mancando. Seus pais levaram-no para fazer um raio-X na cidade vizinha, Catolé do Rocha-PB, lá foi diagnosticado que ele havia fraturado o osso tíbia, e engessaram a perna da criança. Depois de um mês, quando foi retirado o gesso, a perna do menino estava bastante inchada. Foi feito um novo raio-X e, como o osso já havia estufado, pois o tumor começa dentro do osso, fura-o e sai, o médico concluiu que o osso tinha emendado e disse que era normal, prescrevendo fisioterapia. Com esse tratamento, a perna do menino cada vez inchava mais e ele já nem conseguia mais andar, passando a andar de joelhos. Estava na hora de Deus intervir novamente.
Uma tia de Rian, que mora em João Pessoa, resolveu fazer uma festinha de aniversário para o filho que completava um aninho. A mãe de Rian aproveitou a oportunidade e foi a João Pessoa com os filhos para a festa do sobrinho. Lá, foram aconselhados a procurar um médico para consultar a perna de Rian. Então, veio o triste diagnóstico: Rian estava com um osteossarcoma, um tumor muito agressivo, que cresce rapidamente e comumente acarreta metástase no pulmão.
O resultado da biopsia requisitada pelo médico veio confirmar a triste notícia, tratava-se de fato de um osteossarcoma. A ressonância magnética confirmou que o tumor já estava com 9 cm. Antes da cirurgia, seriam necessários seis ciclos de quimioterapia dos 19 ciclos a que ele terá de se submeter. A quimioterapia para esse tipo de tumor é uma das mais fortes que existem, já que se trata de um câncer muitíssimo agressivo. Se tudo corresse bem, a cirurgia aconteceria em setembro. Rian começou a quimioterapia em junho. O seu sofrimento só estava começando. Ele se mostrou muito sensível ao tratamento. Nesse período, passou por vários problemas: Logo após tomar o primeiro ciclo, ele foi submetido a uma pequena cirurgia para a implantação do cateter, procedimento que lhe traz mais problemas, pois o cateter era porta de entrada de infecção e ele vivia frequentemente com febre, por causa de bactérias no cateter, chegando a passar 33 dias internado, sem tomar quimioterapia, só para tratar dessa infecção e salvar o dispositivo. Logo no segundo ciclo, Rian teve problemas como hepatite (a quimioterapia “tostou” o fígado dele), esteve no balão de oxigênio duas vezes. Chegou a ficar uma semana com o soro na jugular, porque o cateter estava infectado, sem condições de uso, e não se encontraram suas veias, que são profundas, e ele precisava tomar plaquetas urgente. Nesse dia ele nasceu de novo, sem essas plaquetas e antibiótico para a infecção, ele não resistiria, porque a tentativa de uso do cateter provocou uma bacteremia, ele foi para o balão de oxigênio e ninguém conseguia “pegar a veia”. Só essa expressão já o fazia chorar, porque ele já é traumatizado com essa dificuldade de localização de suas veias. Nesse dia foram muitas tentativas frustradas. Por fim, um anestesista conseguiu a jugular e colocou um tipo de cateter provisório, que ficou uma semana. Num episódio em que estavam tentado “pegar uma veia” (o calo dele), sem sucesso, para aplicar um contraste na realização de um exame, depois de varias tentativas frustradas, quando já não se tinha mais esperança da realização do exame naquele dia, ele disse “eu vou deixar tentar mais uma vez”, e, em seguida, quando ele fez a exaustiva pergunta repetida tantas vezes “pegou?” e a enfermeira respondeu que sim, ele disse “Gloria a Deus!” com tanta ênfase e com tanta emoção, que todos os presentes choraram.
Certo dia, a médica que o acompanha disse para a mãe de Rian: “Seu filho está vivo por milagre”. E nós, que cremos, sabemos disso. Durante todo o tratamento, a mãe de Rian nunca dormiu uma noite longe do filho. Alternam-se os acompanhantes, mas ela permanece vigilante do lado dele 24 horas por dia. Com todo esse cansaço, à noite, ela ainda encontra forças para cantar o hino preferido de Rian para ele dormir: “Sabor de mel” de Damares.
Encerrados os seis ciclos de quimioterapia, Rian foi submetido a novos exames. O tumor não diminuíra como se esperava. Estava agora com 12cm e a ponto (distando milímetros) de atingir uma artéria. Se o tumor atingisse essa artéria, só restava a amputação da perna. Rian parou as quimioterapias para que seu organismo recuperasse a imunidade antes da cirurgia e, nesse espaço de tempo, o tumor começou a crescer, já tomava a perna inteira e ele sentia muita dor. Ficava noites inteiras sem dormir, precisando fazer uso de morfina. Foi muito sofrimento. Muita oração. Quantas noites Deus usou alguém, para orar quando a criança estava se contorcendo de dor e, após essa oração, ele suava, esmorecia e depois dormia sem dor o restante da noite. Muitas vezes, ele no auge e desespero da dor, pedia “eu quero uma oração de fogo” (pedindo uma oração fervorosa). Outras vezes, ele se revoltava e dizia “Deus não tem pena de ninguém. Por que não cura minha perna? Por que está me castigando? Eu não agüento mais esse sofrimento”.
Todo esse sofrimento não fez Rian perder seu encantamento, seu jeito meigo e brincalhão de ser. Por onde ele passa, vai conquistando as pessoas. O médico que o operou disse “Rian, você é o paciente mais famoso do Laureano” (hospital onde ele faz o tratamento).
Deus tem colocado muitas pessoas boas no caminho de Rian. No Hospital Laureano, ele tem encontrado enfermeiras que parecem verdadeiros anjos, que Deus enviou para auxiliá-lo neste momento difícil. Deus foi colocando pessoas de fé no caminho de Rian. As pessoas que iam vê-lo se comoviam e levavam outras pessoas e assim ia se formando uma corrente de oração pela vida daquele menino. A cirurgia foi adiada duas vezes, mas as orações foram se intensificando. A cirurgia foi finalmente marcada com grande probabilidade de amputação. As chances de preservar a perna eram mínimas. O médico pediu um termo de autorização dos pais para a amputação assinado por estes e mais duas testemunhas. Eu fui uma das testemunhas que assinaram esse termo. Pediu também que preparasse psicologicamente a criança. Mas quando íamos tentar falar com ele da possibilidade de amputação, ele dizia “Deus não vai deixar. Eu não quero perna de plástico, quero uma perna de verdade”.
A cirurgia ocorreu no dia 07 de novembro deste ano de 2011. Durou seis horas. Seis longas horas em que a mãe ficou sentada sozinha ao lado do bloco cirúrgico orando pelo filho. Seis horas durante as quais nós, amigos e pessoas da família, ficamos intercedendo pela vida daquela criança. O tumor havia se alastrado, mas nenhum milímetro em direção à referida artéria. Isso não é coincidência: é o agir de Deus. A cirurgia foi enorme “muito grande e difícil” como afirmou o médico. Foi retirado o osso completo, colocada uma placa de titânio, osso da outra perna e do quadril. No final, o médico ainda deu uma informação preocupante: Rian teria que ficar em observação, porque das três artérias principais, que irrigam o pé, só uma ficara funcionando e estava falhando. Caso essa artéria parasse de funcionar, teria de ser feita a amputação imediatamente. Mas continuamos orando e acreditando que isso não iria acontecer, porque Deus já havia agido e iria completar a obra.
Rian está todo enfaixado, mas sua perna foi preservada. Como ele mesmo profetizou: Deus não deixou. O organismo dele rejeitou o enxerto que o médico colocou, foi necessário fazer um procedimento para retirá-lo. Ele está se recuperando bem, a luta tem sido muito grande, mas ele já venceu a principal batalha.
A história de Rian não acaba aqui. O mesmo Deus que esteve presente durante todas as batalhas continuará com ele até o fim. Rian já é um vencedor, ele vai superar tudo o que ainda vem pela frente.
Deus é o mesmo Deus da Bíblia, o Deus que esteve com Abraão e sua descendência, o Deus que esteve com Daniel na cova dos leões, o Deus que esteve na fogueira com Sadraque, Mesaque e Abedenego, o mesmo que fazia e ainda faz cegos enxergar, paraplégicos andar, estéreis dar à luz, mortos ressuscitar. É o mesmo Deus de sempre e Ele continua agindo na vida dos seus filhos. Basta ter fé.
Eu prometi a Deus que, se Rian não fosse mutilado, eu contaria esta história para todas as pessoas a quem eu tivesse acesso. Ei-la.
Irmã Benedita - Igreja Batista Missionária de Ponta Negra/Natal/RN

Nenhum comentário: